Xadrez

por Salomão Rovedo

Próximo a completar 81 anos, a família me ofereceu de presente jogar o XII Mem. Bobby Fischer, de 17 a 19 de março, em João Pessoa (PB). Agradeci, mas RECUSEI. NÃO VOU. NÃO IREI. Não vale mais a pena, para mim, o trabalho de arrumar e mochila, pegar táxi, ir ao aeroporto, viajar ao lado de um chato, chegar a João Pessoa, aturar outro táxi ou fake-uber para abraçar o Fernando Melo e ser feliz POR TRÊS DIAS APENAS no Littoral Hotel, mesmo sem esbarrar nos fantasmas de Antônio Rocha, Alexandru Segal, Hélder Câmara, Norma Snitkowski, José Másculo e outros. Era tempo de Torneio de Xadrez com turismo, passava-se a semana toda em Itatiaia, Poços de Caldas, Itanhaém, Águas de Lindoia e outras cidades, convivendo com esses gênios, nossas esposas e amigos, juntados ao Hermann, Luismar, Herbert, Dyrk, Joara – a lista não cabe aqui. Alguns senões: 1) a data coincide com outros torneios importantes (Poços de Caldas); 2) é injusto e indesejável Torneio Suíço de 6 Rodadas com tantos jogadores; 3) é sacrificar a criança, o idoso, os especiais, fazê-los jogar duas rodadas ao dia; 4) por fim, com ratings de 0-2500, é necessário organizar torneios em sistema de grupos. Sei do esforço do meu amigo Fernando Melo, dos Árbitro, dos Dirigentes da FPX, em manter o torneio vivo. Nessa magnífica realização Fernando Melo semeou grande parte de seus sonhos. Não participarei, também, por razões éticas e morais, de cunho pessoal. Porém, fossem quais fossem os motivos, sejam quais sejam as razões de eu não comparecer, não farei falta. Ademais, nada será capaz de embaçar o brilho do XII Memorial Bobby Fischer, nem esconder a realidade de que Fernando Melo colocou seu nome na história do xadrez brasileiro com essa grandiosa realização. (03/03/2023)